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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Com Marta apagada, Brasil perde para o Japão e dá adeus aos Jogos

Yuki Ogimi marta brasil x japão (Foto: Getty Images)

shinobu ohno brasil x japão (Foto: Reuters)



Sem apresentar um futebol convincente em qualquer momento do torneio, chegou ao fim, nesta sexta-feira, o sonho da medalha olímpica para as meninas do futebol brasileiro. Mais uma vez com Marta apagada e pouco produtiva, o Brasil perdeu por 2 a 0 para o Japão, no Millenium Stadium, em Cardiff, País de Gales, e deu adeus aos Jogos de Londres.
Depois de duas medalhas de prata nos Jogos de Atenas (2004) e Pequim (2008), a seleção brasileira ficou pelo caminho e, pela primeira vez, está fora das semifinais. Em Atlanta (1996) e Sidney (2000), o Brasil terminou na quarta colocação. Atual campeão mundial, o Japão segue vivo e vai enfrentar a França, nas semifinais, em Londres, na segunda-feira. Na outra semifinal, os Estados Unidos aguardam o vencedor de Canadá x Grã-Bretanha.
No duelo entre Marta - cinco vezes bola de ouro da Fifa - e Sawa - atual melhor do mundo -, a japonesa foi superior. Não que a camisa 10 do Japão tenha sobrado em campo. Ela teve apenas uma boa atuação e participou do primeiro gol japonês. Já a brasileira, que outrora encantou nos Jogos Olímpicos, pouco fez para ajudar a seleção, nesta sexta-feira.
Brasil começa bem
Mal soou o apito inicial, as japonesas já levaram perigo ao gol brasileiro. Com apenas 40 segundos de jogo, a defesa brasileira cochilou, e Ohno arriscou da entrada da área, obrigando Andreia a fazer grande defesa.
Apesar do susto, o Brasil foi melhor durante boa parte do primeiro tempo. Na primeira vez em que Marta e Sawa se cruzaram em campo, a brasileira levou a melhor. Meio como quem diz “Eu sou a melhor”, Marta deu um drible desconcertante e foi derrubada pela camisa 10 do Japão na entrada da área.
A cobrança não chegou a levar perigo, mas a seleção brasileira apresentava um futebol muito melhor do que o jogado na vitória por 1 a 0 sobre a Nova Zelândia e na derrota pelo mesmo placar para a Grã-Bretanha.
Com Marta participativa, o time de Jorge Barcellos teve ótimas oportunidades para abrir o placar no Millenium Stadium. Da marca do pênalti, Renata Costa chutou por cima do gol. Em seguida, Formiga tabelou com a camisa 10 e soltou um petardo de longe. A goleira Fukomoto teve de se esticar toda para evitar o gol.
Apagão
O bonito lance empolgou os torcedores, mas foi o derradeiro de brilho do Brasil e de Marta. Como quem sofre um apagão, a seleção parou de jogar na metade do primeiro tempo. As brasileiras passaram a errar constantemente a saída de bola e pagaram caro por isso.
Primeiro, Ohno chutou por cima do travessão. Um minuto depois, Miyama driblou Renata Costa e chutou rente à trave. E não demorou para a pressão transformar-se em bola na rede. Em rápida cobrança de falta, Sawa aproveitou a desatenção da defesa brasileira e achou Ogimi livre para tocar na saída de Andreia e fazer 1 a 0 para o Japão.

Galeria,Cristiane, Brasil e Japão (Foto: Agência Reuters)
Nervosismo 
Ciente de que a sequência olímpica estava ameaçada, o time brasileiro voltou nervoso para o segundo tempo. Prova disso é que, logo aos três minutos, de forma não intencional, Marta acertou uma joelhada no rosto de Sakaguichi durante uma dividida e foi punida com o amarelo.
A camisa 10, aliás, pouco fez na segunda etapa. Em seu melhor lance, cobrou uma falta com perigo, mas para fora. Pouco produtivo, o Brasil quase não ameaçou as japonesas. Sem força para buscar o empate, a seleção teve sua melhor chance em uma cabeçada de Cristiane, que aproveitou cruzamento de Rosana e finalizou rente ao travessão.
Com o Brasil todo no ataque, o Japão não demorou a aproveitar os espaços deixados pela defesa verde-amarela. E, aos 27, saiu o golpe de misericórdia. Ohno recebeu ótimo lançamento na direita, gingou sobre Érica e chutou de canhota por cima da goleira Andreia. A bola ainda explodiu no travessão antes de entrar, o que deixou o lance mais bonito: 2 a 0.
O que se viu nos minutos finais da partida no Millenium Stadium foi desespero brasileiro. Sem organização alguma, a seleção se mandava ao ataque, mas foi o Japão que esteve mais perto de ampliar o placar nos contra-ataques.

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