No primeiro set, já era um Brasil faminto. E com pressa. Fabiana, Thaisa e Sheilla colocaram o ataque nas costas, e, quando a Sérvia piscou, já estava enforcada. As jogadoras de amarelo aproveitaram a fragilidade das adversárias e não deram moleza. Abriram logo 10/5 para garantir um conforto no placar e não tiraram o pé do acelerador. Com 22/10, as sérvias pareciam entregues. E bastou fazer mais três pontos seguidos para fechar a parcial em 25/10.
Até agora, foi uma estrada dura de atravessar. Não exatamente pelos buracos no asfalto, mas por solavancos que ninguém esperava. Atual campeã olímpica, a seleção feminina de vôlei cruzou a primeira fase dos Jogos de Londres sob desconfiança. Tanto que chegou à última rodada neste domingo sem depender das próprias forças. Mas as americanas não quiseram saber de entregar jogo. Bateram a Turquia e criaram o cenário pelo qual José Roberto Guimarães torcia: quando entrou em quadra para pegar a Sérvia, o Brasil já não precisava carregar a incômoda calculadora. Bastava vencer. E aí uniram-se dois fatores: de um lado da quadra, a fragilidade do lanterna do grupo; do outro, a fome de vencer e evitar o vexame. Resultado: um 3 a 0 tranquilo (25/10, 25/22, 25/16) e a vaga assegurada nas quartas de final.
Com a quarta posição do Grupo B após uma campanha irregular de três vitórias, duas no tie-break, e duas derrotas, o próximo desafio será na terça-feira, às 11h (de Brasília), contra a Rússia, líder da Chave A. E aí não dá mais para pensar em perder. Japão e China abrem as quartas às 9h; os Estados Unidos enfrentam a República Dominicana às 15h; e a Itália pega a Coreia do Sul às 17h. A rodada de domingo poderia ter sido de frustração, caso os Estados Unidos tivessem perdido para a Turquia. Como venceram por 3 a 0, bastava às brasileiras uma vitória simples, e ela veio.
- Sair de uma situação como nós saímos nos dá grandes oportunidades. Agora é aproveitar, e não ficar remoento os erros. É uma angústia muito grande depender dos outros. Quero relaxar um pouco, e depois pensar na Rússia - afirmou Zé Roberto após a partida.
Equilíbrio no segundo set
Na segunda, o cenário foi diferente. As europeias abriram 2/0 e ameaçaram reagir, mas o Brasil não sentiu o golpe. Garay entrou na roda, passou a pontuar, e o time manteve a dianteira, desta vez com mais dificuldade do que no primeiro set. A Sérvia chegou a virar para 13/12, mas o susto não levou muito tempo. Com Thaisa virando todas, a equipe verde-amarela fechou o segundo set em 25/22.
A terceira parcial começou mais equilibrada, e nenhuma das duas seleções conseguia abrir vantagem. Na parada técnica, era a Sérvia que liderava por 8/7, mas foi por pouco tempo. Vibrando em quadra, a seleção abriu 13/9 e não olhou mais para trás. Com bons momentos de Jaqueline e Garay, as meninas de Zé Roberto venciam por 15/11 quando o locutor do ginásio anunciou: "O Brasil está a dez pontos das quartas de final." Passou rápido. Bastou controlar o ritmo, evitar os apagões, fechar em 25/16 e recolocar as coisas em ordem: as campeãs olímpicas estarão na fase decisiva em Londres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário