O Flamengo assumiu, ainda que provisoriamente - falta o clássico Fluminense x Botafogo -, o primeiro lugar do Grupo A, com 15 pontos ganhos, e agora voltará as atenções para a Libertadores. Na próxima quarta-feira, dará sequência à sua empreitada na competição sul-americana. Enfrentará no Equador o Emelec precisando de uma vitória para decidir em casa uma das vagas de seu grupo com o Lanús, da Argentina. No sábado, volta a jogar pela Taça Rio, no clássico com o Vasco. No mesmo dia, em Moça Bonita, o Bangu receberá o Macaé pela sétima rodada da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Estadual.
Velocidade
Se no fim da partida a torcida rubro-negra fez ufa quando o árbitro decretou o apito derradeiro, não se pode dizer o mesmo no primeiro tempo. O Flamengo foi rápido, objetivo e decisivo nos primeiros 45 minutos em Macaé. Com Vagner Love, Ronaldinho e Deivid inspirados, o time fazia uma de sua melhores atuações na temporada, e não á toa saiu com a vantagem de 2 a 0. Joel, finalmente, conseguia encaixar o time, ainda que o Bangu às vezes causasse perigo.
Com as duas equipes precisando da vitória, a partida começou com dois ingredientes que agradam ao torcedor: velocidade e disposição. Sem Luiz Antônio, suspenso, Joel armou a equipe com apenas dois volantes - Muralha e Willians - e dois meias ofensivos - Bottinelli e Ronaldinho - para municiar Love e Deivid no ataque.
O Bangu também entrou aberto, na tentativa de explorar a velocidade do seu ataque. Numa saída de bola errada da defesa rubro-negra, armou contragolpe perigoso. Pela esquerda, Almir tocou rápido para Sérgio Junior. O atacante bateu com perigo, mas a bola resvalou na zaga. No escanteio, mais uma vez a defesa do Flamengo se atrapalhou na jogada aérea, mas Felipe consertou.
Daí em diante, o Flamengo acelerou. Com Willians impecável no desarme - foram nove de 16 da equipe rubro-negra no primeiro tempo - e Muralha bem na saída de jogo, Bottinelli e Ronaldinho davam velocidade às jogadas de frente. O trabalho dos meias era facilitado, é bom que se diga, pela frouxa marcação do meio-campo do time de Moça Bonita.
Gol de tabelinha
Quando não tocava de primeira para Vagner Love ou Deivid, que desperdiçou a primeira chance, R10 virava o jogo para o lado direito. Na primeira jogada de pé em pé do Flamengo, Ronaldinho tocou para o camisa 9, que lançou Léo Moura. De canhota, fraco, obrigou o goleiro William Alves a fazer a primeira boa defesa, com o pé.
Três minutos depois, aos 16, a rápida troca de passes do Flamengo acabou em gol numa linda tabelinha de Ronaldinho com Vagner Love. O camisa 10 começou fazendo o giro de primeira para o atacante, que, veloz, tocou e recebeu na frente para bater sem defesa para o goleiro: foi o nono gol do atacante em 11 partidas na temporada.
- A bola quicou e bateu no meu tornozelo na hora que chutei - justificou R10, no fim do primeiro tempo.
Só Love na rede
Após o gol desperdiçado, o Flamengo quase foi punido quando, num contra-ataque pela meia esquerda, Renan Oliveira soltou um pancadão de fora da área que encontrou Felipe atento para espalmar. Mas, àquela altura, a equipe rubro-negra já tomava as rédeas do jogo. E, aos 33 minutos, foi a vez de Deivid bancar o garçom para Love. Numa bola esticada pela esquerda, o camisa 99 arrancou para a área e bateu de canhota, sem chances de defesa. Foi o 10º gol em 11 partidas na temporada, 8º no Estadual, 33º em 40 jogos com a camisa rubro-negra. Na comemoração, o atacante brincou de carniça com Ronaldinho e Junior Cesar.
Com os 2 a 0, o time desperdiçava algumas chances, como uma de Deivid em novo passe de Ronaldinho. Mas o Bangu levava perigo em lances isolados. André Barreto mandou o segundo petardo de fora da área. Felipe fez aí defesa mais arrojada ainda que a primeira, espalmando para escanteio.
Bangu melhor
Mal começou o segundo tempo, o goleiro rubro-negro voltou a mostrar serviço após falta cometida por Marcos González perto da meia-lua. Almir cobrou com categoria, mas encontrou a mão do goleiro e a trave no meio do caminho para estufar a rede. O susto logo no começo foi o sinal de que o segundo tempo seria diferente. O Bangu adiantou a marcação e diminuiu os espaços para o toque de bola rubro-negro. Além disso, o Flamengo entrou na segunda etapa com o jogo mais cadenciado - era vísível a falta de fôlego.
Com Gedeílson no lugar de Fabinho e Gabriel Galhardo no de Renan Oliveira, o Bangu mostrava melhora na organização das jogadas e mais velocidade pelas laterais. E foi pelo lado direito que Almir girou livre e quase deixou o seu, não fosse mais uma grande defesa de Felipe.
Joel, pouco antes, já havia trocado Muralha por Kleberson para melhorar o posicionamento do meio-campo. Mas era visível que Ronaldinho e Love já não eram os mesmos fisicamente. O Bangu, mais inteiro, dominava a partida. E, explorando o lado esquerdo do Flamengo, diminuiu o placar. Aos 29, Thiago Galhardo centrou, Marcos González não pulou o suficiente, e a bola foi na medida para Sérgio Junior, que testou sem defesa para Felipe.
Joel Santana trocou Deivid, cansado, por Diego Maurício, para tentar devolver a agressividade ao ataque. O Bangu, com os dois Galhardos, Thiago e Gabriel, além de Almir, botava o Flamengo na roda. Mas não conseguia mais criar chances, Depois, segundo o repórter Mauro Junior, da TV Globo, o técnico rubro-negro, a pedido de Vagner Love, sacou Bottinelli para pôr Magal. No fim, o camisa 99, exausto em campo, ainda deixou escapar dos pés o que seria o terceiro gol, mas nem foi preciso. Agora, é pensar na Libertadores.
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