Mesmo longe, Neymar é o principal assunto em primeira coletiva sub-20

Integrado à Seleção principal, astro do Santos é mencionado na maioria das perguntas de jornalistas. Uvini: 'Respondemos com o maior prazer'

Ney: time com padrão definido (Foto: Victor Canedo)

Cerca de 40 jornalistas compareceram à primeira entrevista coletiva da Seleção Brasileira sub-20 em solo colombiano com grande expectativa. Como lidar com a pressão após os fracassos das outras seleções? Quais armas trazia o maior campeão do planeta para o Mundial da categoria? Mas o nome mais comentado pela imensa maioria não estava ali. Em Santos após disputar a Copa América com a Seleção principal - e ser convocado para o amistoso contra a Alemanha -, Neymar foi mencionado em muitas das perguntas destinadas ao técnico Ney Franco e ao zagueiro e capitão Bruno Uvini.
      Sempre amistoso, o treinador exaltou o seu substituto: Philippe Coutinho, atual grande estrela do Brasil e que atua no Inter de Milão, da Itália. Para Ney, o ex-vascaíno, que acabou fora do Sul-Americano por lesão, pode assumir papel semelhante.
      – Essa equipe que veio para a competição já tem um padrão de jogo definido. Se temos a ausência do Neymar, trouxemos o Philippe Coutinho, que também tem a qualidade técnica muito alta. Não tem o mesmo estilo de jogo, mas taticamente faz as mesmas funções. O Neymar é um jogador que faz muita diferença, principalmente na categoria sub-20, mas temos um substituto à altura – disse Ney Franco.
Quase tudo sobre Neymar...
      Bruno Uvini tampouco se incomoda de falar sobre Neymar. Companheiro do santista com a amarelinha até ele “se mudar”, o zagueiro acredita que os 21 jogadores que estão na Colômbia têm um exemplo.
      – O Neymar é queridíssimo, um grande amigo e que tem conversado conosco sempre. Sempre passando força, nos apoiando... não acredito que só falar dele não atrapalhe, é sempre bom falar de um amigo, ainda mais do Neymar, que é um cara querido por todos. Não à toa faz um tremendo sucesso e todos querem estar onde ele está: fazendo história no Santos e desejado por todos os clubes. É uma vitrine para todos. Quantas perguntas vocês precisarem fazer dele a gente responde com o maior prazer – afirmou Uvini, abrindo um “perigoso” precedente.
      – Então nos diga se ele já acertou com o Real Madrid... – indagou um jornalista.
      – Isso aí eu já não sei, é interno (risos) – emendou o capitão brasileiro.

Colombianos prestigiaram coletiva da Seleção Brasileira (Foto: Victor Canedo / Globoesporte.com)

      No campo, Uvini tem opinião semelhante à de Ney Franco: há qualidade suficiente no plantel para suprir as ausências de Neymar e Lucas.
      – Não preciso nem falar da qualidade dele e do Lucas. Mas ficamos muito felizes por já estarem um patamar acima, até porque são amigos. Claro que com o potencial e característica que têm eles fazem falta a qualquer equipe no mundo hoje, mas temos um grupo que pode suprir as ausências. Na nossa equipe temos o Coutinho, que joga o maior campeonato de clubes do mundo (Liga dos Campeões), o Alan Patrick que recentemente foi para o Shakhtar (Ucrânia), o Danilo e Alex Sandro campeões pelo Santos e que jogarão no Porto... – contou Uvini.
      – O desempenho individual dos dois fez a diferença no Sul-Americano, mas ainda acredito que o fator principal tenha sido a coletividade, a união, e sem isso nós não teríamos sido campeões. Agora é a mesma coisa: sem um coletivo afinado as coisas não vão andar. E isso é mais importante do que qualquer destaque – disse.
                      Pênaltis também chamam a atenção dos colombianos
      A memória recente dos “periodistas” também trouxe à tona outra dificuldade da Seleção: cobranças de pênaltis. Ney Franco, porém, declarou que a equipe tem se preparado caso haja a necessidade em um confronto mata-mata.
      – Em nossas atividades já praticamos muito, foram muitas sessões na Granja. Sabemos que o Mundial pode ter o seu campeão decidido através das penalidades, ou uma classificação. Creio que a equipe esteja preparada para isso, embora nos pênaltis conte mais o lado emocional.
Essa é apenas uma das muitas responsabilidades na qual traz o Brasil.
      – Aqui temos jogadores com o objetivo de disputar as Olimpíadas de Londres no ano que vem. Esse Mundial também serve para isso. E em 2014 nós temos a Copa do Mundo no Brasil, muitos deles terão 23, 24 anos, talvez alguns com potencial para estarem no grupo. São muitos deveres, tem muita cobrança e é por isso que nós nos preparamos muito para essa competição – encerrou Ney Franco.
      O Brasil está no Grupo E e estreia na próxima sexta-feira, dia 29, às 23h (de Brasília), diante do Egito, após a abertura oficial da competição no Estádio Metropolitano. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real. Áustria e Panamá completam a chave.